Débora Oliveira
Com o início da campanha Outubro Rosa, focada na conscientização e prevenção do câncer de mama e de colo do útero, especialistas reforçam a importância de práticas de saúde para reduzir a ocorrência da doença. Além dos exames periódicos, a alimentação saudável é um fator crucial na prevenção, como destaca a professora Ana Salomon, especialista em Nutrição do Centro Universitário de Brasília (CEUB).
O câncer de mama, o tipo mais comum entre as mulheres no Brasil, pode ter suas chances de incidência reduzidas com o auxílio de uma dieta equilibrada, rica em alimentos naturais e livre de ultraprocessados. “Alimentos ultraprocessados, ricos em gorduras saturadas e trans, além de açúcar, são grandes vilões da saúde. Fast foods e carnes processadas, como embutidos, também devem ser evitados”, afirma Salomon.
A especialista também enfatiza o consumo de alimentos ricos em fibras e antioxidantes, como frutas, legumes e verduras, que auxiliam na proteção do organismo contra fatores ambientais prejudiciais. Vegetais como cenoura, espinafre, brócolis e alho, além de leguminosas e grãos integrais, devem compor a base de uma dieta protetora. “Esses alimentos ajudam a combater o estresse oxidativo, um dos fatores que favorecem o desenvolvimento do câncer”, explica.
Além disso, Ana Salomon destaca a importância de evitar o consumo excessivo de carnes vermelhas e bebidas alcoólicas, que podem elevar o risco de câncer. Em contrapartida, a inclusão de boas fontes de gordura, como azeite de oliva, abacate e oleaginosas, é recomendada.
Para Salomon, a alimentação equilibrada não precisa ser onerosa. A compra de produtos de produtores locais e a preferência por alimentos in natura podem manter a dieta saudável e acessível. “Alimentos orgânicos são livres de agrotóxicos, que prejudicam as células e aumentam o risco de câncer. Priorizar produtores locais pode tornar essa alimentação mais acessível”, orienta.
A nutricionista conclui com um alerta sobre o uso de suplementos. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), não há evidências que comprovem que suplementos vitamínicos possam substituir a alimentação natural na prevenção de doenças, podendo, inclusive, ser prejudiciais quando usados sem orientação profissional.
O recado de Salomon é claro: “Manter uma alimentação saudável é garantir um futuro com mais qualidade de vida e menores chances de doenças. Uma dieta equilibrada, com variedade de frutas, verduras e grãos, é a melhor estratégia de prevenção”.
