O mês de agosto começou com um brilho especial para a saúde infantil. Na última quinta-feira (1º/8), Dia Mundial da Amamentação, teve início a campanha “Agosto Dourado”. Esta iniciativa visa debater e realizar ações que estimulam o aleitamento materno, destacando sua importância crucial tanto para as crianças quanto para as mães.
A cor dourada foi escolhida para a campanha em alusão ao leite materno, considerado o “padrão ouro” de qualidade. Este alimento essencial contém proteínas, vitaminas, gorduras, água e todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento saudável dos bebês. Além disso, o leite materno possui propriedades capazes de prevenir diversas doenças, beneficiando tanto as mães quanto os filhos.
A Dra. Eliane Cêspedes Paes Huard, pediatra especializada em desenvolvimento e comportamento, destaca a complexidade e riqueza da composição do leite materno. “O leite materno é um alimento completo. A lista de ingredientes inclui minerais, vitaminas, gordura e aminoácidos. Além disso, contém nucleotídeos, carboidratos, fatores de crescimento e antimicrobianos, todos essenciais para a saúde e desenvolvimento do bebê.”
A médica pontua que o aleitamento materno não gera poluição e não demanda energia, água ou combustível para sua produção, armazenamento e transporte, diferentemente dos substitutos do leite materno. “Ele também ajuda a reduzir os custos do sistema de saúde, minimizando o tratamento de doenças na infância e em outras fases da vida. Adicionalmente, contribui para a melhoria da nutrição, educação e saúde da sociedade”, diz Eliane.
Em relação aos benefícios do leite materno, a médica destaca que ele protege contra diarréias, infecções respiratórias e alergias. “Diminui o risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes, além de reduzir a chance de desenvolver obesidade. Crianças amamentadas no peito são mais inteligentes, há evidências de que o aleitamento materno contribui para o desenvolvimento cognitivo”, complementa Cêspedes.
Desenvolvimento infantil e relação entre bebê e mãe
Camila Ferrari, neuropsicóloga especialista em Neurociência Aplicada à Educação, ressalta a importância da amamentação na construção das relações afetivas. “A amamentação não se restringe ao suprimento das necessidades alimentares do bebê. Ela tem um papel fundamental na construção das relações da criança com sua mãe. O contato físico oferece segurança e conforto, e a interação visual e auditiva cria um ambiente propício para o desenvolvimento da intimidade.”
Ferrari explica que a rotina alimentar proporcionada pela amamentação favorece a construção de um apego seguro, um vínculo emocional estável e confiável entre o bebê e o cuidador. Este apego é fundamental para o desenvolvimento emocional e psicológico, além de ser um fator de proteção contra desordens psicológicas e psiquiátricas no futuro.