Juliana Curi
Celeste Fishbein estava na lista de pessoas sequestradas pelos terroristas do Hamas, e foi declarada morta pelas autoridades israelenses. A trágica notícia foi confirmada na terça-feira (17) por uma tia da moça, Flora Rosenbaum.
Celeste morava no kibutz Be’eri, uma comunidade rural localizada ao sul de Israel, onde se dedicava ao cuidado de crianças. Durante o ataque surpresa do Hamas em 7 de outubro, considerado o mais grave ao país em cinco décadas, o local foi alvo de uma invasão violenta, que resultou em destruição, mortes e sequestros – e Celeste e o namorado dela estavam entre as vítimas.
Os rebeldes do Hamas invadiram várias casas da comunidade, de onde levaram cerca de 120 pessoas como reféns. Os familiares dela estavam em outra residência quando as sirenes tocaram, e conseguiram ir para um abrigo.
Eles passaram a trocar mensagens com Celeste, e foi ela inclusive quem alertou os parentes de que os terroristas estavam disfarçados de soldados do exército de Israel e invadindo casas. A jovem também chegou a dizer que estava bem, mas depois não deu mais notícias.
Flora Rosenbaum, tia de Celeste, fez um apelo em vídeo pedindo informações sobre a jovem sequestrada pelo Hamas. Ela relembrou um incidente passado, em que a sobrinha foi atingida por um projétil vindo de Gaza e ainda estava em tratamento pelo trauma.
Além de Celeste, foram confirmadas as mortes de outros três brasileiros após o ataque do Hamas: Ranani Glazer, 23, Bruna Valeanu, 24, e Karla Stelzer Mendes, 42, que estavam próximos da Faixa de Gaza, participando de uma festa rave.
Brasileiros em Gaza
O conflito entra no 11º dia, e na madrugada desta terça-feira (17) foram registrados bombardeios em cidades do sul de Gaza, que abrigam a maioria dos civis que estão tentando fugir da guerra. Os ataques de Israel atingiram as cidades de Khan Younes e Rafah, e teriam deixado 80 pessoas mortas segundo autoridades palestinas.
Há um grupo de quase 30 brasileiros nessas duas cidades, esperando autorização para atravessar a fronteira do Egito, onde um avião da FAB fará o resgate dos repatriados. Mas, os esforços diplomáticos para um cessar-fogo na fronteira – a única passagem entre Gaza e o Egito, ainda não surtiram efeito.
As negociações estão concentradas em permitir a entrada de ajuda humanitária a Gaza, como alimentos, água e medicamentos, e também na saída de civis com dupla cidadania ou estrangeiros, que é o caso dos brasileiros aguardando em Rafah e Khan Younes.
A operação de retirada dos brasileiros de Gaza é complexa, pois envolve também os governos dos Estados Unidos, do Egito e de países da União Europeia, além da Organização das Nações Unidas (ONU).
Quando a passagem que liga Rafah ao Egito se abrir, não será apenas para a saída dos cidadãos brasileiros, mas também para a formação de um corredor humanitário.
