O ex-presidente Jair Messias Bolsonaro foi intimado pela Polícia Federal a depor no âmbito da operação Tempus Veritatis, deflagrada no último dia 8 de fevereiro. A PF investiga uma suposta tentativa de golpe envolvendo integrantes do governo de Bolsonaro e militares.
A Polícia Federal descobriu, em meio aos materiais apreendidos, o vídeo de uma reunião em que o ex-presidente diz a ministros que “não podem esperar o resultado da eleição para agir”, se referindo ao pleito de 2022. A gravação estava em um computador de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Pedido da defesa
Os advogados do ex-presidente entraram com um pedido de adiamento do depoimento no Supremo Tribunal Federal, com a justificativa que não tiveram acesso aos autos do processo. O ministro Alexandre de Moraes, no entanto, negou o pedido, sob o argumento de que os advogados de Bolsonaro tiveram acesso a tudo o que é permitido nessa fase do inquérito: “inexiste qualquer óbice para a manutenção da data agendada para o interrogatório uma vez que aos advogados do investigado foi deferido integral acesso aos autos”, escreveu Moraes na decisão.
Segundo a defesa do ex-presidente, ele ficará calado durante o depoimento, marcado para às 14h30 desta quinta-feira (22). A Polícia Federal vai adotar a estratégia de marcar outros depoimentos para o mesmo horário, para evitar que os investigados troquem informações e observar se algum deles entrará em contradição.
Serão ouvidos simultaneamente os seguintes investigados:
Jair Bolsonaro
General Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional
Anderson Gustavo Torres – ex-ministro da Justiça e Segurança Pública
Valdemar Costa Neto – presidente do PL
Walter Souza Braga Netto – ex-ministro da Defesa
Também vão prestar depoimento na sede da PF, em Brasília, outros investigados: Marcelo Costa Câmara, Mário Fernandes, Tércio Arnaldo, Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira e Cleverson Ney Magalhães.