Débora Oliveira
A chegada de um bebê é um marco na vida de qualquer família e, para garantir que o ambiente continue harmonioso e acolhedor, é fundamental preparar também o seu animal de estimação para a nova dinâmica familiar. O médico veterinário Dr. Mário Falcão, especialista em oftalmologia veterinária e membro do Centro Veterinário da Visão (CVV), oferece orientações valiosas para ajudar na transição e garantir uma convivência tranquila entre o pet e o recém-nascido.
A adaptação do pet ao novo membro da família deve começar antes mesmo do bebê chegar. Dr. Mário recomenda iniciar o processo de acostumar o animal aos novos cheiros e sons que um bebê traz para o ambiente. “Introduza seu animal às loções e produtos que serão usados no bebê e, se possível, utilize gravações de choro para familiarizá-lo com esses novos estímulos”, sugere o veterinário. Esse preparo gradual ajuda o pet a se acostumar com o que está por vir, reduzindo o choque quando o bebê finalmente chegar.
Além disso, permitir que o animal se aproxime da barriga da mãe durante a gravidez pode ajudar a criar um vínculo positivo precoce. “Isso pode facilitar a adaptação do pet ao novo membro da família, fazendo com que ele associe o bebê a algo positivo desde o início”, explica Dr. Mário.
É crucial garantir que o animal tenha um espaço seguro e tranquilo onde possa se retirar sempre que se sentir sobrecarregado. Esse ambiente deve ser um refúgio onde o pet possa descansar e se recuperar do estresse causado pelas mudanças na rotina. “Este espaço deve ser respeitado por todos os membros da família e o animal deve ter tempo suficiente para se adaptar às novas condições”, orienta o veterinário.
Manter a rotina o mais consistente possível também é essencial para minimizar o estresse do pet. Alimentação, passeios e brincadeiras devem continuar conforme o habitual para ajudar o animal a lidar melhor com a mudança. “Alterações bruscas podem aumentar a ansiedade do animal. Manter uma rotina consistente ajuda a proporcionar segurança e previsibilidade”, destaca Dr. Mário.
Quando o bebê finalmente chegar, a primeira interação entre ele e o pet deve ser feita de forma controlada. “Permita que o pet cheire o bebê e explore a nova situação com calma, sempre sob supervisão. Essa interação inicial é importante para criar um vínculo positivo”, aconselha Dr. Mário.
À medida que a criança cresce, a convivência com o animal deve continuar sendo monitorada. Ensinar as crianças sobre como interagir com os pets é crucial para evitar comportamentos que possam ser prejudiciais tanto para a criança quanto para o animal. “Evite brincadeiras bruscas e puxões. A educação das crianças sobre o respeito e o cuidado com os animais ajuda a prevenir acidentes e garante uma convivência harmoniosa”, sugere o veterinário.
Utilizar o reforço positivo é uma estratégia eficaz para promover comportamentos desejados tanto no animal quanto nas crianças. “Premiar o pet por comportamentos tranquilos e educados em relação ao bebê ajuda a reforçar essas atitudes”, explica Dr. Mário.
Reservar um espaço específico para o pet, onde ele possa descansar sem ser incomodado, também contribui para seu bem-estar. Para os gatos, por exemplo, o especialista recomenda a instalação de plataformas suspensas, pois eles se sentem mais seguros em locais elevados.
Manter a saúde do animal em dia é fundamental para uma convivência harmoniosa. Dr. Mário enfatiza a importância de visitas regulares ao veterinário, vacinação e controle de parasitas. “Animais saudáveis são menos propensos a desenvolver comportamentos agressivos ou ansiosos”, conclui o especialista.
Além disso, é essencial reservar um tempo diário para brincar e interagir com o pet, garantindo que ele continue se sentindo amado e parte da família. “O tempo dedicado ao pet ajuda a manter seu bem-estar emocional e a fortalecer o vínculo entre o animal e a família”, reforça Dr. Mário.
